Maus (“rato”, em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. (fonte: Cia. das Letras)
O que ele achou: Há uns três anos, me deparei com uma greve do Metrô – transporte fundamental para chegar ao meu trabalho. Porém, existiam outras alternativas, e assim tive que fazer: fui de ônibus. Munido de uma garrafa d’água e livro novo na mochila, embarquei nessa empreitada de chegar ao meu destino em meio ao caos da greve.
Então comecei a ler, percebi que era diferente, era um livro em quadrinhos – nunca havia lido nem sequer um quadrinho da Turma da Mônica na minha vida – que falava sobre um presidiário em um campo de concentração. Acreditem, na minha cabeça a viagem não tinha demorado nem dez minutos, porém durou cerca de quatro horas. Ao chegar no meu trabalho nos incríveis “dez minutos”, percebi que já tinha lido o livro inteiro. Fiquei incrédulo pelas histórias que havia lido pela manhã e pelo caos estabelecido na cidade que eu nem “presenciei”, pois estava ocupado lendo Maus.
Maus é um dos melhores livros que já li. Muito bem editado, leitura fácil; e mesmo tratando de um assunto pesado, a leitura é descontraída; tenso quando precisa ser tenso. As histórias te prendem do começo ao fim. É um poço de sabedoria contado por um ratinho.
Bom, por mim falaria até amanhã sobre este livro, porém preciso deixar espaço para a Bruna. Quando falo muito, ela briga. rs Então aproveitem a dica.
O que ela achou: O que mais têm por aí são histórias sobre o Holocausto, não é? São diversos filmes, livros, documentários, reportagens. Na faculdade mesmo, fui a uma palestra em 2011, na qual os convidados eram dois sobreviventes que no pós-guerra se refugiaram no Brasil, e eles nos contaram o que viveram nos campos de concentração.
Apesar de Maus ser uma história em quadrinhos, isso não que dizer que a leitura seja mais leve, pelo contrário: as crueldades dos nazistas são contadas e ilustradas em detalhes. Achava que encontraria mais do mesmo – diante da variedade de relatos que já li, ouvi e assisti -, mas o livro surpreende com uma narrativa diferente e uma história que envolve o relacionamento de pai e filho, este que não viveu o Holocausto e que ouve todas as memórias contadas por aquele.
As histórias sobre o Holocausto são muito comoventes e o desfecho para mim é sempre o mesmo: choro, choro muito. No Maus não foi diferente.
Maus – A História de um Sobrevivente
Autor: Art Spiegelman
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 296
ISBN 9788535906288