Em evento de lançamento do novo sabor de Nissin Cup Noodles, entrevistamos o Pedro Scooby, surfista profissional que optou pelo freesurf e encara ondas, por vezes, maiores que prédios.
Felipe Coppolaro – Com essa ascensão do surf nacional, por que você optou pelo freesurf ao invés de competir?
Pedro Scooby – Foi muito novo que optei pelo freesurf, desde meus 16 ou 17 anos. Mesmo competindo, eu já tinha uma vida de freesurfer, odiava competir. Eu me amarrava quando tinha que viajar, ir para Indonésia, Hawai. Quando tinha que competir pensava: “que merda”. Acho que por não gostar de campeonatos eu não era regular. Uns eu ficava em primeiro; já em outros perdia logo de cara e ia embora. E isso foi sempre assim na minha vida. Teve caso que em uma fase fiz a maior somatória do campeonato, ninguém bateu até o final do mundial, no outro dia eu somei 2 e fui eliminado. Eu não era um cara regular porque não era satisfeito com aquilo ali. Então falei: “Cara, vou tentar ser freesurfer, vou tentar viver disso”. Aí conversei com um patrocinador e ele me apoiou. Cara, depois que você prova do que é bom mesmo de verdade, você não vai querer voltar fazer o que é ruim. Competição é uma coisa muito para quem ama viver a competição. Eu não gostava, eu não vivia aquilo ali. Tem surfista que no freesurf não é tão bom, mas chega na competição ele incorpora e ganha. No circuito, por exemplo, os 10 primeiros caras são realmente os melhores do mundo, já os outros 10 caras são 10 competidores muito bons, mas não são os melhores do mundo. Competir é outra coisa, e eu não gosto disso. Tem que amar, tem que viver aquilo ali. Eu não amava.
FC – Entendo. Eu andava de skate e nem pensava em patrocínio ou competir. Algo for fun mesmo.
PS – Eu vivo do surf, dos meus patrocinadores. Tenho minha vida, minha carreira, tenho compromisso com o meu programa também. Depois que comecei a pegar ondas gigantes, minha cabeça mudou. Eu já era um cara dedicado na minha carreira de freesurfer, mas aí fica um cara muito mais correto, muito mais focado porque onda grande não é brincadeira. Tem que administrar a vida bem, ter muita disciplina. Aí eu consegui manter isso, dos meus 20 anos para cá meu foco maior, fora o freesurf, foi pegar onda gigante.
FC – Como é ver os caras tops saindo da água por conta do tamanho das ondas e você entrando?
PS – Isso acontece direto, já aconteceu em WT, em Teahupoo e Fiji. As ondas estavam gigantes, nenhum dos caras caíram. Aí foi a nossa diversão o dia inteiro. Mas acontece, têm uns casos à parte no tour. O John John é competidor e é um puta freesurfer, quando ele tá fora da competição ele é foda, pega os melhores tubos, surfa Jaws. Ele bota pra baixo!
FC – Para finalizar, vou mudar um pouco de assunto: como está a cabeça com a Luana com a barriga daquele tamanho?
PS – To amarradão! Eu gosto, eu sou um cara família pra caramba. Os caras ficam aterrorizados porque sou muito novo. Acabei de fazer 27 anos, há duas semanas, então a galera fica ” 27 anos com 3 filhos?”. Mas eu me amarro, amo ficar em casa, ficar com meus filhos.