O Tours Oficiais da Galeria do Rock faz parte da parceria entre o Instituto Cultural da Galeria do Rock e a I Love São Paulo, uma empresa de passeios turísticos que tem como objetivo deixar a cidade de São Paulo mais humana ao ocupar os espaços públicos com passeios turísticos culturais, e, além disso, desmistificar a tendência que as pessoas têm em achar que o Centro de São Paulo é um lugar ruim e perigoso. Os tours possuem três roteiros diferentes: o cultural, o histórico e o das galerias do centro. Todos eles terminam na Galeria do Rock e é possível conhecer o jardim que fica no topo do edifício.
O tour monitorado aconteceu no dia 23/04/16 bem cedinho, nós fomos no dia do tour pelas galerias do centro. Andamos feitos camelos e ficamos bestificados com a ideia de “Como eu passava por aqui e nem sonhava o quão esse prédio é importante?”. Esperamos causar uma vontade em você de sair andando pela cidade. 🙂 Para não perder tempo, segue abaixo a agenda de maio
Tour pelas galerias do centro
Este passeio online que iniciaremos aqui é um conjunto de informações adquirido com a guia Luana Pires Fernandes da I Love São Paulo, pesquisas feitas na web e nossas observações do passeio.
Secretária da Educação do Estado de São Paulo
O roteiro partiu da Praça da República e já começamos observando a Casa Caetano de Campos, nada mais nada menos do que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Antigamente era um colégio e passou a ter a função atual desde 1979.
Muito legal observar os andares do prédio que são totalmente diferentes um do outro pelo fato de ter sido construído em épocas diferentes. Esquisito, mas interessante!
Edifício Eiffel
Ainda na Praça da República encontramos o Edifício Eiffel construído pelo arquiteto Oscar Niemeyer – não será o único encontro com o arquiteto nesse passeio -, em 1950. O edifício conta com apartamentos duplex, uma novidade para a cidade na época e, além de tudo, a construção lembra um livro aberto.
Edifício COPAN e sua galeria
Da Praça da República caminhamos até a Avenida Ipiranga, na altura do número 200 encontramos com o glorioso Edifício COPAN e suas curvas incríveis.
Construindo também por Oscar Niemeyer e com a colaboração de Carlos Lemos, o edifício foi projetado nos anos 50 e concluído em 1961. Com os seus 1160 apartamentos, é considerado o maior prédio residencial da América Latina e um dos principais edifícios da Cidade de São Paulo.
Sua galeria tem algumas lojinhas e restaurantes que atendem tanto moradores quanto quem estiver passando por ali e conta com o famoso Bar da Dona Onça
Infelizmente, atualmente o prédio está coberto – como podemos ver na foto -, para uma possível revitalização
Edifício Louvre
Caminhando por 400 metros até a Avenida São Luís, 192, chegamos até o Edifício Louvre que é puro charme com as cores azul e rosa bem clarinhos. O prédio foi importante para a cidade pois foi o primeiro prédio a ter área de lazer com piscina, playground e área de caminhada. Tudo isso em seu topo.
Projetado nos anos 50 por Joao Artacho Jurado, em 1992 tornou-se patrimônio tombado pela CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio).
Galeria Metrópole
E andando poucos metros adentramos na Galeria Metrópole e, sem saber ainda, essa galeria no fim do tour despertou uma dúvida para nós: “Qual foi a galeria que mais gostamos? ”. Obviamente sem contar com a Galeria do Rock, né?
A Galeria Metrópole acomoda vários tipos de estabelecimentos: lojinha de planta e roupas; escritórios colaborativos e de arquitetura; bares e restaurantes e a loja que mais nos chamou atenção foi a Livraria Tapera Taperá em que é possível pegar livros emprestados além de comprá-los. 🙂
Mas o mais interessante da galeria é o espaço verde que tem DENTRO dela, com árvores e plantas. A arquitetura com seus andares de lajes de balanço, comum nos dias de hoje, é um marco realizado por Gian Carlo Gasperini e Salvador Candia nos anos 60.
Galeria Sete de Abril
Cruzando a Praça Dom José Gaspar entre as árvores podemos chegar até a Galeria Sete de Abril e, ao se deparar com ela, a comparação com a Galeria do Rock é inevitável, porém as semelhanças não são coincidência pois ambas foram projetadas pelo mesmo arquiteto, o Alfredo Mathias.
A galeria é bem simples e possui algumas lojas voltada para a fotografia principalmente.
Galeria Nova Barão
Essa é a que está na disputa com a Galeria Metrópole pela nossa preferência. Não andamos nem 20 metros da Galeria Sete de Abril para estar na frente do portal para a Galeria Nova Barão. Logo na entrada já nos deparamos com cultura na parte superior da entrada, onde há uma obra do artista italiano Bramante Buffoni.
A galeria é basicamente uma rua bem decorada, repleta de lojinhas de todos os tipos e com escadas rolantes em suas laterais levando até um piso superior com mais lojas.
Galeria Califórnia
Outra galeria pequena e também outra construção que saiu da mente de Oscar Niemeyer ainda nos anos 50. Porém o detalhe mais interessante que tem nesse prédio é a obra de arte feita em pastilhas por Portinari.
Galeria dos Brinquedos
Galeria bem legal e nostálgica recheada de brinquedos antigos dignos de peças para qualquer coleção. A forma que os brinquedos são expostos também chama muito atenção, uma vez que as lojinhas são as próprias prateleiras onde o dono fica sentada ao lado. A Galeria dos Brinquedos é uma parte da Galeria Itapetininga.
Galeria do Rock
Frequentamos a Galeria do Rock desde nossa infância e adoramos, porém hoje vemos com um olhar totalmente diferente, olhar de adulto. 🙁 hahaha
No início dos anos 60 a galeria tinha muitas lojas de alfaiates e atraia os jovens negros que ficavam na parte de fora da Igreja Nossa Senhora do Rosário. Por usar os serviços da galeria, eles contavam onde conseguiam adquirir tais produtos. A galeria logo virou ponto de referência voltado ao estilo e moda jovem, e assim entendemos de onde vem a forte influência afro que a galeria possui.
O rock começou aparecer na galeria nos anos 70 e virou referência no mundo. Chegou até a entrar para o Guinness Book como local onde mais se concentra artigos do gênero.
O que mais me impressionou foi saber que a arte está presente em lugares em que menos esperamos, como no chão. Com a visão bem popular – como vemos nas fotos acima – conseguimos observar que cada andar tem um desenho que foi desenvolvido – novamente – por Buffoni, e na escada do térreo para o primeiro andar conseguimos observar um painel também do artista.
A arquitetura da galeria também é algo que chama muito a atenção com as curvas do arquiteto Alfredo Mathias. No fim do passeio ainda visitamos um jardim que existe no último andar da galeria e tem uma vista incrível do centro.
Caminhamos mais ou menos dois quilômetros – sem contar dentro das galerias e escadas que descemos e subimos. Durante o passeio ficamos encantados por saber a história de lugares que passávamos e não sabíamos o quão eram importantes. Felizmente, nesse texto não coube nem 10% do que aprendemos nesse dia, digo felizmente porque a ideia disso tudo é fazer todos andarem por aí e cavoucar cada canto dessa cidade que amamos tanto. S2