Sempre que a Bruna e eu programamos nossas viagens tentamos intercalar entre: hotéis confortáveis com camas e chuveiros incríveis, hostels ou casa via Airbnb para curtir com a galera ou acampamentos que permitimos passar alguns perrengues. O réveillon de 2019 optamos pela terceira opção e ir com alguns amigos em uma excursão acampar na Praia do Sono, no Rio de Janeiro, o lugar mais roots que fomos viajar até hoje!
Em algumas pesquisas pela internet achamos várias opiniões desde “não vá à Praia do Sono no réveillon” até pessoas que era a quinta vez que ia fazer fazer a mesma viagem. E depois da viagem pensando notei que realmente é muito difícil definir pois existem alguns prós e contras, então vamos lá.
A Praia do Sono
O lugar realmente é um paraíso! É daqueles tipos de praia que dispensam qualquer guarda-sol, pois a poucos metros do mar podemos relaxar na sombra de árvores. O mar é bem tranquilo, com poucas ondas e de cor esverdeada. Com a água até o nível do peito, conseguimos ver nossos pés de tão cristalina.
A praia é rodeada de montanhas e ilhas, como é comum no litoral norte paulistano e litoral sul carioca, coisa que dá um visual deslumbrante. Sem contar o céu lindo durante o dia, pancadas de chuvas no fim da tarde, pôr do sol daqueles bem alaranjado e uma noite muito estrelada, ideal para caçar satélites e estrelas cadentes.
Acesso à praia
O acesso à praia se dá apenas por barco ou uma trilha de mais ou menos 3 km. Optamos por ir e voltar pela trilha, pois a fila para o barco no período de Ano Novo chega a demorar 6 horas e cada barco só pode embarcar duas pessoas por vez.
A ida pela trilha é um pouco puxada, com uma grande subida no início e pequenas subidas e descidas durante todo o trajeto, porém nenhum trecho é perigoso – tivemos relatos que em dias de chuva a lama complica muito o cenário. Sentimos um pouco de dificuldade porque estávamos com malas de roupas e comidas, barracas, cooler com bebidas e, não satisfeitos com toda nossa carga, arrumamos uma amiga que ajudamos com as coisas dela também.
Não vou te falar que é fácil, pois corre o risco de você voltar aqui e me xingar, porém se você pratica algum esporte com frequência, não terá grandes dificuldades. Caso não pratique, não tem problema! Vá sem pressa, com calma, andando e parando quantas vezes forem necessárias e pode pensar “ vai valer a pena!”.
Já a volta foi mais tranquila, pois o peso era menor e já conhecíamos o caminho!
Com a fome não se brinca
Vimos bastante críticas pela internet referente à dificuldade no momento das refeições, ficamos bem inseguros e para nossa surpresa fomos surpreendidos positivamente. Não sofremos nem um pouco. Almoçávamos muito bem em um restaurante por quilo próximo ao nosso camping, a comida estava muito boa, fresca e custava mais ou menos R$ 40 o quilo. Sem contar que os moradores da região se mobilizam para atender a demanda e aproveitam para tirar uma graninha extra. Por exemplo, em frente a nossa barraca periodicamente passavam oferecendo algo para comer, da mesma pessoa pudemos comprar um sacolé à tarde, pão e bolo pela manhã. Parecia que eles iam para casa, preparavam e saíam com as formas oferecendo, então eram apenas coisas caseiras que parecia ter sido feitas com muito carinho.
Pela manhã, eu comprava um pão, dividia em pedaços e dava para os amigos que ainda estavam dormindo, eles achavam fofo, mas eu queria que acordassem mesmo!
Comemos também bastante açaí, o preço variava entre R$12 e R$15. Na mesma lojinha serviam bolos. Comemos o de banana e de prestígio, eram daqueles bolos muito bem recheados, iguaizinhos aos que as nossas mães fazem em casa.
Trilhas, outras praias e cachoeira
Fizemos a trilha da Praia do Sono até Ponta Negra, no caminho também passamos pela Praia Antigos, Antiguinhos e pelo acesso a uma cachoeira.
A Praia Antigos faz parte do caminho para Ponta Negra, mas paramos nela por mais ou menos uma hora para curtir. Ela é muito tranquila, sem nenhuma infraestrutura de quiosque ou energia elétrica e com mar com poucas ondas. Ao retomar a trilha, passamos também pela Praia Antiguinhos e pela cachoeira – não paramos, pois estava muito cheia, alguns amigos nossos foram até ela em outro horário, aproveitaram bastante e tiraram algumas fotos. Bateu até um arrependimento de não ter ido até ela.
Ao chegarmos em Ponta Negra tínhamos percorrido cerca de 4 km – ou seja 8 km no total se voltássemos pela trilha. Na volta pegamos um barco no valor de R$ 40 para retornarmos mais de boas – sem contar que a praia não tem nada mais e nada menos do que encontramos na Praia do Sono.
Agora se você gosta de trilha MESMO, pesquise sobre a Cachoeira do Saco Bravo e como chegar! Ela é linda – vi por fotos haha.
Vocês voltariam à Praia do Sono?
Não passaríamos o réveillon por lá novamente, mesmo achando que foi bem tranquilo para a data. Passamos alguns perrengues que só acontecem com a superlotação. A energia no dia 31 acabou e, sem energia, automaticamente a água também. Resultado: o banheiro do camping ficou em estado “calamitoso”. Em alguns momentos, nosso descanso era interrompido por alguém com alguma caixa de som (sem contar o baile funk que armaram no ônibus de ida). Mas isso podemos atribuir a nossa idade 30+ que nos deixa um pouco mais ranzinzas hahaha.
Dicas
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- Leve o necessário. Mas o necessário mesmo, pouca roupa, remédio – porque lá não tem farmácia -, dinheiro – porque lá não tem caixa eletrônico.
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- Na trilha de ida à Praia do Sono quando você passar pelo riozinho você estará exatamente no meio da trilha.
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- Deixa a praia limpa, não deixa rastros humanos EM NENHUM LUGAR e se puder recolha o lixo caso se deparar com algum. Ou seja, a dica é: seja educado!
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- Se for ouvir música escuta em uma altura que só você e seus amigos escutem. Suas músicas tendem a agradar só a você e seu grupo! Teve uma situação que ficamos entre TRÊS caixas de som cada uma com uma música. Ficou tipo dueto de Alceu Valença com o Eminem com um instrumental de psytrance. Complicado!
- Vá fora de temporada. Aquele lugar sem festas deve ser deslumbrante e também vá por conta própria tranquilamente: o caminho basicamente é ir até Paraty pegar um ônibus chamado Vila Oratório descer próximo a trilha da Praia do Sono e caminhar até a praia.
- Priorize os campings localizados no fim da praia, são mais tranquilos! A localização foi a que nos salvou pois no meio tinha uma galera bem festeira e nós queríamos dormir, se caso tu quiser festa faz o contrário disso hahaha.
Feliz Ano Novo a todos!