Com uma decoração industrial, moderna e, ao mesmo tempo, aconchegante, quem passa com pressa numa ruazinha de Higienópolis, não imagina que lá abriga um novo – mais precisamente 1 ano e 5 meses desde a inauguração – restaurante de culinária típica libanesa. Com receitas de família cheias de sabor e tradição, é o sócio e chef libanês Elie El Murr quem elabora pessoalmente os pratos do menu.

Para todos os estilos
Era meio-dia de um sábado, Sônia, esposa do chef, foi quem nos recebeu com muita simpatia – mesmo estando na maior correria por ter que cobrir o atendimento de um garçom que havia pedido as contas no dia anterior. Algumas mesas já estavam ocupadas, então escolhemos uma estrategicamente posicionada para tirarmos fotos bacanas – e não foi preciso esforço, já que a luz natural que vem da porta de vidro deixava tudo mais agradável, não só para as fotos.

E você me pergunta: por que para todos os estilos? As poucas horas que estivemos no restaurante, vimos de tudo: um casal que levou os pais para almoçar; uma mãe com seu filho pequeno (que o Felipe, inclusive, fez amizade); uma moça e um rapaz que entraram sozinhos; e uma família com duas cadelinhas da raça Golden que ficaram nas mesas ao lado de fora, devidamente equipadas com suporte para prender a coleira, além de água e ração para os pets.
Para passar e levar

Um charme a parte do restaurante é a estufa repleta de esfihas, kibes e aqueles maravilhosos doces árabes. De frente para a calçada, a estufa é um convite para conhecer melhor aquela discreta fachada do restaurante. Quem já conhece, já passa, escolhe, paga e vai embora: “Beijos, até semana que vem”, disse uma moça ao levar quatro doces árabes. E isso foi bem comum vermos por lá; clientes assíduos, que são chamados pelo nome.
Doces são um espetáculo a parte
Por falar nos doces, me permita escrever antes mesmo dos salgados? 🙂 Escolhemos três diferentes: um de massa folhada extremamente recheado com pistache picado (sério, 5 reais é muito barato para um recheio desse); outro feito de um mix de castanhas; e outro mais tradicional com aquele macarrão cabelo de anjo e nozes. São de comer de olhos fechados e lamber os dedos. Para quem gosta de tomar um bom café sem açúcar, ótima dica para harmonizar essa sobremesa tão singular.
Sem conservantes ou corantes

Para a entrada, escolhemos o Kibe Cru (R$ 34,50). Assim que pedimos, já fomos avisados que seria um kibe que não teríamos provado algo parecido em lugar nenhum. Primeiro porque ele não possui conservante ou corantes, segundo porque ele possui uma textura mais cremosa, semelhante a uma mousse. Sônia também nos informou que o chef não costuma preparar esse prato para viagem, pois como ele é um prato extremamente fresco e sem conservante, o ideal é que seja consumido na hora. A entrada acompanha cebola, hortelã e pão árabe.
Muito além das esfihas e pastas
Embora São Paulo tenha uma diversidade imensurável de restaurantes, nosso paladar ainda é um tiquinho leigo no quesito comida árabe, acabamos por nos limitar a pensar que a culinária seja apenas sobre esfihas, kibes e pastas. O menu do Nahná – que muda a cada 4 meses – prova que temos muito o que aprender ainda sobre essa gastronomia. Começando pelos pratos que estavam disponíveis no menu de sábado, como eu já tinha certeza do que eu ia provar, Sônia explicou alguns deles para nós; um, inclusive, é receita de sua sogra. Dá uma olhada no cardápio:
Nossas escolhas
Escolhi o Kibe na Coalhada (R$ 45,90), confesso que fui impactada pela foto no Instagram do restaurante e estava torcendo muito para que ele fosse um dos pratos do dia da nossa visita. Fiquei tão feliz quando o vi no meio das opções que mal prestei atenção nos outros pratos. haha A coalhada parece uma sopa fria, bem leve e aromática. Ao misturar uma colherada da coalhada com o kibe frito você encontra uma harmonização muito interessante do frescor e leveza da coalhada contrastando com o sabor mais “pesado” e condimentado do kibe frito. Na medida certa!
Já o Felipe escolheu o Charuto de Repolho (R$ 42,90). Fomos praticamente “intimados” a prová-lo, pois é um dos pratos que mais saem na casa. E essa foi uma ótima ideia, porque o prato é bem gostoso mesmo, mas fica o alerta para quem come pouco: vem muuuitos charutinhos. Dá para dividir tranquilo. O repolho é bem suculento e o recheio de arroz e carne moída é bem compacto, parecendo uma massinha bem gostosa.
Claro, não deixe de provar os salgados
Felipe provou a esfiha de carne (R$ 4,90) e também o kibe frito (R$ 5,80). Destaque para os formatos da esfiha do Nahná, ela é bem menor do que costumamos ver por aí, porém não é uma esfiha massuda, tem um crocância incrível e um recheio bastante saboroso.
Nahná
Endereço: Rua Itambé, 410 – Higienópolis
Valor: R$ 50 a R$ 80
Site: http://nahna.com.br/